1. |
Premissa
05:01
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2. |
Doença
06:21
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Como o tempo, a doença acresce peso. Forma tamanho, forma desprezo.
O corpo é a derrota de si mesmo, esgotado. O pé atravessa a pegada de um século passado.
Calca o seu abismo, a sua vertigem.
A raíz do osso é agora um peso excedente. Um carregar de ombros para o descendente.
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3. |
Declínio
07:18
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O velho assoma-se nas costas do filho. Pronto na derrocada da coluna vertebral.
O caminho íngreme para finalizar o tempo e o lugar. A queda é a maior subida. A ascensão para a anulação.
Os dedos folgam a tentativa de esmagar os dias.
As mãos são dois restantes esforços de movimento no declínio da memória e do pensamento.
Os dentes mordem o céu da boca, incapazes de morder a gestação.
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4. |
Queda
06:34
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O líquido coagula, congela a alma. A visão do inevitável é o único grão palpável.
O novo tropeça, subindo. O velho mingua, desvanecendo.
Transforma-se em carapaça naquele que o leva. É uma dor que o abraça e torna-se pedra.
Pisa a altitude de uma queda. Pousa o fardo que carrega. Uma parte de si. Arranca metade de si.
A montanha rasga as nuvens sofridas.
O ser antigo é rejuvenescido. Junta as forças num último feito.
Na despedida final.
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5. |
Veneno
06:37
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O grito é espesso na garganta.
Preso nas cordas vocais, colado às paredes da laringe.
Masca-se o silêncio. Mastiga-se o medo.
A própria saliva é o veneno. A semente.
O círculo que rebenta na íris e dissipa-se no interior.
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6. |
Conclusão
06:06
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Lacrau Portugal
Depressive Black Doom Metal.
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